domingo, 2 de setembro de 2007

Conhecer-te(me)

Entrei naquela sala, que mais parecia um quartinho pessoal e aconchegado, e sentei-me no teu lugar. Talvez por isso entraste de seguida e me sorriste. Correspondi. Mal eu sabia o que aquele sorriso, ingénuo e inseguro, viria a desencadear. De facto, conhecer-te foi surpreendentemente fácil. Curioso vindo de mim que, sendo exuberantemente extrovertida entre amigos, me fecho dentro das minhas inúmeras reservas junto do desconhecido. Mas bem, o sorriso que esboçámos tornou-se rapidamente numa cumplicidade extraordinária. Fitaste-me e tentaste chamar a minha atenção e palavra no grupo. Sinceramente não sei porque o fizeste e, agora que penso, nunca to perguntei. Na verdade, acho que nem tu o sabes. É o que torna tudo tão especial e espontâneo ( como gostamos =p ). É o facto de teres gostado de mim mesmo antes de ouvires os meus prinCiples, de me teres sorrido só de ver minhas bochechas, de me teres oferecido bolachinhas smile para me adoçar o dia... Enfim, foi especial porque foi espontâneo, porque tinha de acontecer. Porque não gostaste de mim pelo que fui em tempos ou por tudo o que atingi, pelo esforço a que me disponho, pelos objectivos que estabeleço, riqueza, segurança que te poderia dar, nem mesmo por influencia de amigos. Gostaste de mim, sim, pelo que mostrei naquele instante, naquele olhar, naquela cumplicidade que conquistámos sendo simplesmente nós próprios. É fantástico perceber que nada influenciou a nossa amizade, que somos amigos porque somos. Porque encaixamos perfeitamente, nos olhamos e nos compreendemos mesmo através de outra língua que não a nossa. Porque fomos cúmplices daquela cidade maravilhosa que nos tornou pessoas mais espontâneas e apaixonadas pelo que somos, pelo judo e pelo rock´n roll no regent´s Park. Foi bom perceber a pessoa que posso ser na minha total pureza, fora da influência de tudo a minha volta. E, melhor ainda, foi ver que alguém que me conheceu por um sorriso gostou de mim, me protegeu e me jurou amizade eterna. E, por isso, meu cúmplice, valeu muito o que chorei na tua despedida. Porque tenho esperança de que um dia, quem sabe para o ano, possamos reafirmar o nosso Pacta de confiança com os nossos Little fingers. Foi um conto encantado ver Londres à noite, passar pelo Thames, ver London eye vermelhinho, comer ice-cream em Leicester square, tirar fotos nos Leões... and i´m glad i did it with u, like u told me in all those moments. É mutuo, tal como a admiração e carinho que dizes sentir por mim. Chamaste-me harmless pikachu e autotitulaste-te de sangoku. Vou aprender a fazer smiles como tu e a comer com os pauzinhos. Vou guardar o teu lápis e todas as recordações que tenho de ti. E vou dormir sempre com a esperança de te ver outra vez.
Love hugs too*

2 comentários:

Joana disse...

até mesmo eu, que não estive presente (fisicamente), me emocionei com o teu texto. dá para perceber perfeitamente que sentiste cada palavra que escreveste, que viveste cada palavra que sentiste. no entanto, não me surpreende minimamente o facto de teres criado um laço tão forte com alguém que viu no teu sorriso que valias a pena. não me surpreende mesmo. e digo mais, ele teve uma sorte tremenda. não só por ter estado quinze dias em londres (londres!!), mas por te ter conhecido, não aquele conhecer superficial do "bom dia" e do "adeus", mas o conhecer verdadeiramente, o perceber-te. afinal, todos nós deviamos ter uma "little filipa" na nossa vida. pelo menos a ele e a mim já nos calhou a sorte grande. ;)

Luisa Oliveira disse...

Somos três, nesse caso. Subscrevo a Ju, totalmente. Há experiências únicas nas nossas vidas, que guardamos para sempre, que são nossas e só nossas: temos nelas até um certo egoísmo bom: "- Fui eu que vivi isto, lá lá lá. E foi tão que mais parecia um sonho".

São coisas mágicas por diversos motivos. Mas, o mais importante de todos, é as pessoas com quem vivemos os momentos bons. Pelo que contas com um sorriso, ele é parte de ti e tu és parte dele. Que bom minha Pipa!

O texto está mesmo mesmo bonito :)